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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Campinas - Audiência Pública sobre BRT lota Salão Vermelho da Prefeitura

06/07/2012 - 17:59


Crédito: Rogério Capela


Crédito: Rogério Capela


Crédito: Rogério Capela


Crédito: Rogério Capela



 Gilson Rei
 
A tecnologia Bus Rapid Transit (BRT) projetada como solução no transporte público de Campinas para as próximas décadas foi apresentada e debatida por mais de 200 pessoas em Audiência Pública no Salão Vermelho, lotando o auditório nesta sexta-feira, dia 6 de julho, no Paço Municipal.
 
Além da atuação efetiva de diversos segmentos da sociedade, o evento contou com a participação do secretário de Transportes e presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC), André Aranha Ribeiro, e, também, de representantes do setor de transportes da cidade e outras autoridades como o vice-prefeito Francisco Soares Souza; e os secretários municipais Alair Roberto Godoy (Planejamento e Desenvolvimento Urbano); Hildebrando Herrmann (Meio Ambiente); e Dirceu Pereira Júnior (Infraestrutura).
 
O secretário iniciou a apresentação mostrando dados de Campinas e das regiões do Ouro Verde e Campo Grande, apontando também as diretrizes do Plano Diretor de Campinas, que serviram como base de planejamento do projeto BRT.
 
Na sequência, apresentou um breve histórico do conceito BRT, inaugurado em Curitiba em 1974 e a evolução do conceito e da tecnologia que foi desenvolvida em outros países, entre os quais na Colômbia, na Turquia e na Austrália. Mostrou também características do BRT de Bogotá (Colômbia), considerado um do modelo bem sucedido, e que foi visitado pela equipe da Secretaria de Transportes e dos Poderes Executivo e Legislativo de Campinas.
 
Sobre o conceito do BRT, Ribeiro destacou a circulação de ônibus em via segregada com ultrapassagem nas paradas; a cobrança da tarifa em bilheterias nas estações e terminais; a plataforma de embarque ao nível do veículo; a racionalização da rede de transporte; o uso da tecnologia para planejamento e controle operacional, integrando veículo, infraestrutura e informação ao usuário.
 
O secretário apontou também que o BRT garante menor custo de implantação, não depende de subsídios para a operação e tem maior flexibilidade e adaptação às características viárias da cidade. “Entre outras vantagens, o BRT é capaz de atender grandes demandas de passageiros, maior capacidade de transporte, com uso de veículos de maior porte operando em intervalos menores”, disse. O projeto contempla também acessibilidade aos usuários.
 
A modalidade de transporte escolhida pelos técnicos da EMDEC prevê o uso de Sistemas Inteligentes de Transporte (ITS) para informação ao usuário e controle operacional, que vão auxiliar na redução do tempo de percurso. O sistema de transporte troncal, segregado, com prioridade de tráfego e integrado com os sistemas alimentadores locais, possibilita uma capacidade entre 3 mil e 45 mil passageiros/hora em cada sentido. 
 
Outros aspectos foram abordados como o baixo custo e reduzido tempo de implantação e operação, além da facilidade de ampliação. Ribeiro comparou o conceito BRT com os demais modais como o VLT, ferrovias elevadas e o metrô.
 
O projeto contempla também a instalação de uma Central de Controle Operacional e tecnologias como o monitoramento de veículos por GPS; informações aos usuários em tempo real; circuito fechado e sistema de áudio nas paradas e estações; e semáforos inteligentes em tempo real, com prioridade ao transporte coletivo.
 
Além da manutenção do sistema de bilhetagem eletrônica, o BRT contará também com sistemas de segurança nos veículos como câmeras para o motorista ver o embarque e desembarque de passageiros e suspensão controlada para rebaixar o chassi do veículo para facilitar a entrada e saída dos usuários.

Houve também o detalhamento de obras e intervenções que serão aplicadas nas regiões do Campo Grande e do Ouro Verde; além das obras de engenharia necessárias, como viadutos e intervenções viárias.
 
Para manter a participação da sociedade no processo de consulta popular, a EMDEC criou um e-mail (brt@emdec.com.br) para receber as dúvidas e sugestões sobre o projeto. As perguntas poderão ser encaminhadas até o dia 13 de julho. Todos os questionamentos serão devidamente respondidos pela equipe técnica da empresa.
 
Sobre o BRT

Campinas irá receber R$ 339 milhões de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento da Mobilidade Urbana (PAC II). Os recursos serão utilizados para a implantação do BRT no município.
 
Deste total, o Governo Federal vai destinar R$ 295 milhões, sendo R$ 98 milhões repassados diretamente do Orçamento Geral da União; e R$ 197 milhões, por meio de empréstimo em contrato de financiamento a fundo perdido, com aplicação a juros baixos. O município deverá investir R$ 44 milhões como contrapartida.
 
O projeto prevê, entre outras ações, a implantação de dois corredores de ônibus exclusivos à esquerda para a operação do sistema BRT, nos eixos Ouro Verde e Campo Grande. O sistema vai operar com ônibus articulados e biarticulados e haverá interligação entre os corredores na Vila Aurocan (antigo leito do VLT). Além disso, estão previstas as reformas do Terminal Ouro Verde e do Viaduto Miguel Vicente Cury. Intervenções na Rua Piracicaba e na Avenida Jonh Boyd Dunlop, em diversos bairros das duas regiões.

No Ouro Verde serão 14,4 km de corredor exclusivo à esquerda, saindo do Terminal Central (Viaduto Miguel Vicente Cury), seguindo pela João Jorge, Amoreiras, Ruy Rodriguez e Camucim até o Terminal Vida Nova. Também haverá a reforma do Viaduto Miguel Vicente Cury, basicamente com a implantação de mais uma faixa de rolamento, em cada sentido, na ligação com a Avenida João Jorge; reforma dos terminais Central, Ouro Verde e Vida Nova; e implantação de estações de transferência ao longo do trecho. O custo estimado do projeto é de R$ 145 milhões.
 
Já o Corredor Campo Grande terá 17,8 km de extensão, saindo do Terminal Multimodal Ramos de Azevedo, seguindo pelo leito desativado do antigo VLT, John Boyd Dunlop e chegando ao Terminal Itajaí. As obras contemplam a construção de um terminal ao lado do Terminal Multimodal; e a implantação de estações de transferência ao longo da Avenida John Boyd Dunlop. O custo estimado é de R$ 155 milhões.
 
A estimativa é de que em 2014 os dois corredores, Ouro Verde e Campo Grande, transportem juntos cerca de 30 mil passageiros por hora, nos períodos de pico; podendo chegar a 40 mil, nos próximos 30 anos.
 
Também está definido, no Plano, uma ligação perimetral entre os dois corredores, com 4 km de extensão, ligando Vila Aurocan até o Campos Elíseos, seguindo pelo leito desativado do VLT. O custo estimado da obra é de R$ 30 milhões.

Novos ônibus
 
Durante a Audiência Pública, novos ônibus, já com padrão BRT, foram apresentados à população. A concessionária Itajaí adquiriu 15 veículos, que irão circular na região do Campo Grande. Dois desses veículos ficarão em exposição no Paço Municipal. Durante o fim de semana prolongado pelo feriado de 9 de Julho, eles também poderão ser vistos nos terminais Central e Ouro Verde.

Os ônibus possuem 21 metros e podem transportar até 145 passageiros. Eles possuem carroceria Marcopolo montada sobre chassis Volvo. Os veículos são mais largos e altos; e, com uma configuração diferenciada das poltronas, têm maior área livre e facilitam a circulação dos passageiros.

Inovações tecnológicas como acesso à internet por sistema wireless e conjuntos óticos dianteiro e traseiro com LED’s também são um diferencial. Os investimentos da empresa foram da ordem de R$ 10 milhões.

Fonte: Prefeitura de Campinas

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