André Corrêa
Roberta Abreu
Publicação: 21/06/2010
Sem ônibus na volta para casa, o jeito foi apelar para o transporte pirata |
A empresa Rápido Planaltina não entrou em greve. Como o ônibus passa por outras cidades, como Sobradinho e Arapoanga, uma fila enorme se formou, ocupando toda a extensão da rodoviária.
Apesar da determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de que pelo menos 60% da frota circule durante a greve, nenhum dos 2,4 mil coletivos rodaram nesta manhã, depois que os rodoviários decidiram pela greve geral. Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus Coletivo (Setransp), não haverá negociação enquanto o governo do DF não analisar um reajuste de tarifas.
Mais cedo, o governador Rogério Rosso (PMDB) afirmou a intenção de se reunir com os donos das empresas do transporte coletivo até amanhã (terça-feira). Segundo ele, o objetivo é tentar entender de onde vem a demanda pelo aumento das passagens, solicitado pelos patrões, já que, apesar de quatro anos sem reajuste no preço das passagens, os empresários teriam lucrado com algumas compensações, como o fato de o Passe Livre ser, hoje, totalmente subsidiado pelo governo.
De acordo com a assessoria do Setransp, o governador Rogério Rosso ainda não entrou em contato com os empresários.
A reportagem do correiobraziliense.com.br tentou fazer contato com o Sindicato dos Rodoviários, mas, até as 16h36 desta segunda-feira (21/6), não obteve resposta.
Transtornos
Alguns ônibus saem da Rodoviária do Plano Piloto, mas as filas imensas desanimam quem busca por condução. É o caso de Adailton Conceição dos Santos, 20 anos, que trabalha com serviços gerais. Morador de Planaltina-DF, o jovem precisou da ajuda do patrão para chegar ao trabalho. "Era para eu ter chegado às 6h30, mas só consegui às 10h, depois que um carro da empresa veio me buscar", conta.
A volta para casa também é complicada. "Não tem nenhum ônibus. Com essa greve, quem sofre é a gente. Só me resta esperar. E amanhã não sei como vou fazer. Corro o risco de ter o salário descontado por conta dos atrasos", conclui Adailton.
Moradora de Arapoanga, a vendedora Maria de Jesus, 57, veio cedo ao centro de Brasília para uma consulta do filho. "Vim de carro e cheguei ao hospital no horário, às 9h, mas agora não consigo voltar para casa", conta, revoltada.
Fonte: Correio Braziliense
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