Trólebus Mafersa,
com a pintura dos primeiros veículos do sistema de Santos,
na garagem da Metra, em São Bernardo do Campo.
Interior do veículo,
quando foi modernizado entre 2008 e 2009
Traseira, com os equipamentos da tração
Rara imagem de trólebus de Santos
Modelo Mafersa, que foi revitalizado em São Bernardo do Campo, deveria operar com a primeira pintura do sistema do Litoral Paulista
ADAMO BAZANI
O sistema de Santos, no Litoral Paulista, é um dos poucos onde os trólebus ainda resistem no Brasil. Atualmente, são apenas três sistemas com os ônibus elétricos conectados à rede aérea.
E, no caso da Baixada Santista, a palavra é resistência mesmo. Enquanto na capital paulista, há 200 veículos em operação, com estimativa de aumento da frota para aproveitar toda a rede existente e, no Corredor ABD (entre a cidade de São Paulo e municípios do ABC), a operação com os trólebus é considerada modelo, em Santos são apenas seis veículos (nem todos operam ao mesmo tempo). A única linha com trólebus em Santos é a 20 (Praça Mauá/Praça da Independência), mantida por apelo turístico e de história, após a atuação de grupos em defesa dos transportes limpos e memorialistas.
A Viação Piracicabana, concessionária do sistema municipal de Santos, textualmente já demonstrou que não tem interesse em trólebus. Os veículos são de propriedade da CET-Companhia de Engenharia de Tráfego, da prefeitura, e operados pela Piracicabana.
Não fosse isso, os trólebus em Santos poderiam já não existir mais.
A imagem que ilustra esta matéria não é comum. Trata-se de um dos trólebus Mafersa/Villares, do último lote de seis veículos deste tipo, comprado em 1988, mas com uma pintura diferenciada e num lugar pouco visto pela maioria do usuários.
Na ocasião da fotografia, o trólebus estava no pátio da EMTU- Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, em 2008, onde fica a garagem da empresa Metra, operadora do Corredor Metropolitano ABD. O ônibus, em janeiro de 2009 foi modernizado pela Eletra, empresa de tecnologia para trólebus, modelos híbridos e elétricos à bateria, que pertence ao Grupo ABC, que também é proprietário da Metra.
A imagem foi feita pelo administrador de contratos da Eletra, José Antônio do Nascimento, que lembra que o intuito da pintura era fazer uma homenagem ao primeiro modelo de trólebus que circulou por Santos, os Fiat Alfa Romeu italianos, cujas primeiras cinco unidades, chegaram ao Porto de Santos, em 6 de junho de 1963, no navio “Lloyd Guatemala”.
Segundo o site Memória Santista, a primeira linha de trólebus da cidade fazia o seguinte trajeto.
Ida – rua Martim Afonso, esquina com João Pessoa; rua João Pessoa; rua da Constituição; Praça Champagnat; rua Carvalho de Mendonça; avenida Washington Luiz; rua Embaixador Pedro de Toledo; avenida Epitácio Pessoa e avenida Almirante Cochrane.
Volta – avenida Almirante Cochrane; avenida Epitácio Pessoa; rua Embaixador Pedro de Toledo; avenida Washington Luiz; rua Carvalho de Mendonça; Praça Champagnat; rua da Constituição; rua Bittencourt; rua Martim Afonso, esquina com João Pessoa.
A frota total deste modelo chegou a ter 50 unidades.
O valor das imagens, segundo José Antônio do Nascimento, é que pouco tempo depois de pintar o trólebus, a prefeitura desistiu de adotar o padrão visual.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diario do Transporte
Divulgação e Postagem de João Manoel da Silva
Equipe Litoralbus