crédito das fotos - João Luiz/Secom
Doze ônibus adaptados levam leitura, conhecimento e lazer para 72 distritos da periferia de São Paulo. Cada ônibus do projeto pesa cerca de 15 toneladas e carrega um acervo de 4 mil volumes: obras literárias, quadrinhos, títulos infantojuvenis, revistas e jornais, além de uma pequena quantidade de livros didáticos.
Doze ônibus adaptados levam leitura, conhecimento e lazer para 72 distritos da periferia de São Paulo. Bibliotecas itinerantes atendem pontos da capital com carência em ofertas culturais e transformam moradores da região em leitores fiéis. Serviço de democratização cultural foi iniciado há mais de 70 anos por Mário de Andrade, primeiro diretor do Departamento de Cultura da cidade.
Cada ônibus do projeto pesa cerca de 15 toneladas e carrega um acervo de 4 mil volumes: obras literárias, quadrinhos, títulos infantojuvenis, revistas e jornais, além de uma pequena quantidade de livros didáticos.
Os veículos percorrem, de terça-feira a domingo, 72 pontos de parada, sendo 24 na zona sul, 24 na zona leste, 18 na zona norte e 06 na zona oeste. Cada distrito é atendido em um dia da semana preestabelecido, quando o ônibus estaciona em um local de grande movimento, permanecendo das 10h às 16h.
“A ideia é que as pessoas acostumem- se que naquele dia, naquele local, a biblioteca estará lá. Em muitos pontos, quando o ônibus chega, as pessoas já estão lá esperando”, conta Marta Nosé, coordenadora do programa. Pelo menos uma vez por mês, cada uma das paradas do ônibus recebe uma apresentação cultural, como cordel, contação de histórias, atrações circenses, saraus e oficinas. A intenção é integrar à leitura outras linguagens artísticas.
A escolha dos locais que receberão a biblioteca itinerante passa por uma análise dos dados populacionais do bairro e da presença de atividades ou equipamentos culturais nas redondezas. Em seguida, é realizada uma visita técnica, em que são estudados possíveis pontos de parada, em locais com grande circulação de pessoas, como praças próximas a ruas de comércio, escolas ou postos de saúde.
Marta Nosé explica que em muitos locais o equipamento acaba tornando-se uma referência para outros serviços públicos, onde as pessoas buscam informações sobre atividades e programas do poder público. “Acreditamos na leitura como elemento de transformação do ser humano. O ônibus biblioteca representa inclusão e cidadania”, afirma a coordenadora. No Jardim São José, na zona sul da capital, o programa atua há 18 anos. A dona de casa Rosa Ferreira da Silva, 36 anos, leva semanalmente os filhos de 6, 7 e 13 anos ao ônibus biblioteca, que para no bairro às quartas-feiras. A família exibe orgulhosa as carteirinhas, recheadas de registros. “O atendimento é nota dez. Não era muito chegada a ler, mas agora toda semana pego os livros e faço a leitura com minhas duas filhas menores”, conta Rosa.
A preferência de Emerson, o filho mais velho de Rosa, é pelos mangás. As menores, Talissa e Talita estão nos primeiros anos do ensino fundamental e retiram livros infantis para treinar a leitura. O atendente Erivaldo Barbosa, 38 anos, explica o segredo para conquistar os leitores: “quando troco informações com o leitor, para ser bem aceito, tenho que fazer a pessoa se sentir acolhida, dar um voto de confiança”. Erivaldo revela também que sempre que possível lê, dentro do ônibus, para as crianças que utilizam o serviço.
De acordo com dados da Secretaria de Cultura, a maior parte do público do programa pertence à faixa etária dos 9 aos 16 anos. Outro grupo frequente é composto por idosos e donas de casa. Cada usuário pode retirar até cinco materiais pelo período de uma semana, que pode ser renovado. “O índice de extravio é muito pequeno, o menor da cidade. Além disso, nenhum dos ônibus já foi pixado ou roubado”, lembra a coordenadora. Entre os gêneros mais procurados pelos usuários do programa estão os livros infantojuvenis, de poesia e as obras indicadas pelos exames vestibulares, além dos best-sellers do momento. Caso não encontre um título, o usuário tem a opção de fazer uma solicitação de reserva. Caso haja algum exemplar disponível na rede, será possível retirar na semana seguinte.
Bibliotecas
O Sistema Municipal de Bibliotecas é composto por 107 bibliotecas, sendo 54 bibliotecas públicas nos bairros, duas bibliotecas centrais (Biblioteca Monteiro Lobato e Biblioteca Mario de Andrade), quatro bibliotecas do Centro Cultural São Paulo, 45 bibliotecas dos CEUs, uma biblioteca do Centro Cultural da Juventude e uma biblioteca do Arquivo Histórico Municipal. Abertas ao público em geral, recebem cerca de quatro milhões de consultas por ano. Atualmente os acervos somam mais de cinco milhões de documentos, incluindo livros, CDs, CD-ROMs, DVDs, jornais, revistas, entre outros. Para complementar esta rede, existem ainda os Ônibus Biblioteca, doze Bosques da Leitura e catorze Pontos de Leitura, além das caixas-estantes, instaladas em associações de bairro, entidades ou empresas.
Fonte: Prefeitura de São Paulo
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