A SPTrans e o Sindicato dos Motoristas de São Paulo informaram que a circulação de ônibus estava normalizada por volta das 10h desta terça-feira (31). Os ônibus da capital paulista ficaram parados das 3h às 6h desta manhã e, segundo o sindicato, teriam afetado cerca de 2 milhões de pessoas.
Os primeiros ônibus começaram a sair da garagem do terminal da Capela do Socorro, na zona sul da capital paulista, às 6h20 desta terça-feira. Além do terminal na zona sul, vários outros espalhados pela cidade voltavam ao funcionamento normal no mesmo horário.
A SPTrans informou ainda que "adotou medidas emergenciais de atendimento, visando minimizar os transtornos aos usuários, nas quais os midiônibus que operam no sistema de permissão, onde houver possibilidade, terão seus itinerários estendidos até as estações de metrô e trens; bem como orientará as pessoas nos terminais a deslocarem-se por meios próprios até um corredor que possibilite embarcar em ônibus da EMTU, ou dos permissionários, ou do transporte por metrô ou trem; ou até mesmo que evitem chegar aos terminais, desembarcando nos itinerários onde possam encontrar alternativas para os seus deslocamentos".
Na próxima segunda-feira (6), os motoristas devem participar de uma assembleia para definir se eles vão decretar uma nova greve por tempo indeterminado.
População
No início da manhã desta terça-feira, a doméstica Maria dos Santos Pacheco, de 65 anos, esperava há cerca de uma hora e 50 minutos no ponto Rio Bonito, na zona sul de São Paulo, para pegar um ônibus que a levasse à avenida Santo Amaro, onde trabalha. Segundo Maria, todo percurso normalmente é feito em 40 minutos.
- Nenhum ônibus passou até agora. O pessoal que estava aqui começou a falar de colocar fogo, mas eu não concordo com isso.
Assim como outros passageiros que esperavam pelos ônibus, Maria disse que saiu de casa sem saber da paralisação dos motoristas de ônibus e que estava com medo de perder o emprego.
- Eu não sabia sobre a greve, me pegou de surpresa. Fico com medo porque tenho um mês no meu serviço atual.
A decisão de paralisar a categoria por três horas, das 3h às 6h desta terça-feira, aconteceu na tarde desta segunda-feira (30), depois de uma reunião do sindicato com um representante da SPTrans (empresa responsável pela administração dos ônibus municipais). Em nota, a entidade afirmou que o encontro foi "um fracasso", pois não apresentou soluções para o excesso de multas aplicadas aos motoristas
Multas
O objetivo do protesto, que afetou, de acordo com o sindicato, cerca de 8.000 ônibus da capital, foi chamar a atenção do poder público para a situação da categoria. De acordo com a assessoria do sindicato, a prefeitura aplica mais de 400 multas por dia contra as empresas, que repassariam "a maioria dos custos delas para os motoristas". A queixa da entidade é de que os trabalhadores são penalizados duplamente - com as multas do Resam (Regulamento de Sanções e Multas) e do CTB (Código de Trânsito Brasileiro).
Fonte: Portal R7
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