A emissão de poluentes na frota do transporte coletivo de Curitiba ficou, no ano passado, 61,7% abaixo do limite estabelecido pela legislação brasileira. O índice é resultado de um trabalho diário de monitoramento da emissão de poluentes desenvolvido pela Urbs em parceria com a Petrobrás, dentro do Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e Gás Natural.
A média ponderada na emissão de partículas ficou em 0,64 m-¹, enquanto o limite médio estabelecido em lei é de 1,68 m-¹. A unidade m-¹ é um valor de referência nas medições de opacidade e indica a quantidade de luz absorvida pela fumaça no espaço de 430 milímetros entre um ponto emissor e um ponto receptor de luz.
A média de emissões leva em conta a operação de 1.930 ônibus na Rede Integrada de Transporte (RIT) e é resultado de 5. 688 medições feitas ao longo de 2013 pelos técnicos da Urbs e da Petrobrás. Nesse período, 196 ônibus foram reprovados no primeiro teste.
Quando um ônibus é reprovado, a empresa tem sete dias para as adequações necessárias sob pena de retirar o veículo de circulação, o que não chegou a acontecer. Os 196 foram aprovados no segundo teste.
Por dia são feitas, em média, 30 medições da emissão de poluentes. O trabalho é realizado nas garagens dos ônibus por técnicos em controle ambiental e em transporte, da Petrobrás e da Urbs. O medidor de emissões é acoplado no ônibus e enquanto um técnico faz a leitura dos dados, registrados em computador, outro testa o ônibus em acelerações livres gradativas.
No computador é possível acompanhar o nível de emissão, que começa em zero, com o ônibus parado, e cresce à medida que aumenta a aceleração. Em um dos testes feitos nesta semana, na garagem da empresa Cidade Sorriso, um biarticulado vermelho chegou a uma emissão máxima de 0,48 m-¹.
O acompanhamento diário das emissões é um dos principais fatores dos baixos níveis de poluição provocada pela frota de ônibus. “Se este trabalho fosse feito em toda a frota nacional que utiliza diesel, teríamos um ar muito mais limpo”, afirma Wilson Lima, técnico da Urbs que há 14 anos atua no setor. A medição, explica, é um complemento à vistoria veicular pela qual todos os ônibus passam a cada seis meses.
Feita pela Urbs, a vistoria garante o funcionamento dos ônibus dentro das normas estabelecidas tanto para a parte interna do ônibus, quanto mecânica, elétrica e pneumática. Para circular, os ônibus precisam ter um selo atestando a aprovação na vistoria.
Jerônimo Lacour Neto, técnico da Petrobrás que divide com os técnicos da URBS o trabalho diário de verificar a emissão de fumaça dos ônibus, conta que Curitiba é uma das 11 cidades nas quais o programa atua em parceria com o município. “Não posso falar por outros municípios, mas em Curitiba este trabalho é rigoroso, o cuidado com a manutenção da frota é grande”, diz Lacour Neto. Curitiba é a única cidade brasileira de grande porte a submeter toda a frota de ônibus à vistoria veicular. Em outras capitais este trabalho é feito por amostragem.
Wilson Lima conta que, há 20 anos, a lei brasileira admitia um limite de 2,80 m-¹, índice reduzido gradativamente a partir da melhoria na qualidade de combustíveis e motores dos ônibus. A partir de janeiro de 2012 só podem ser produzidos no país ônibus com motor Euro V, que faz a queima mais completa de combustíveis. Até 2011 eram permitidos os motores Euro III. Para adequação do programa a exigências legais, o governo federal saltou o Euro IV, passando do III para o V.
Biodiesel
Além da melhoria gradativa dos motores dos ônibus, Curitiba também conta com uma frota de 32 ônibus – 26 Ligeirões e seis articulados na linha Circular Sul – movidos exclusivamente a biodiesel e que têm uma emissão de poluentes quase 70% inferior a de um ônibus do mesmo padrão, com motor Euro III movido a diesel.
Além da melhoria gradativa dos motores dos ônibus, Curitiba também conta com uma frota de 32 ônibus – 26 Ligeirões e seis articulados na linha Circular Sul – movidos exclusivamente a biodiesel e que têm uma emissão de poluentes quase 70% inferior a de um ônibus do mesmo padrão, com motor Euro III movido a diesel.
Metrô
A preocupação ambiental é um dos pontos levados em conta na opção pelo metrô para ampliação e melhoria do transporte coletivo em Curitiba. Neste mês, cerca de 500 pessoas participaram da audiência pública para discussão do projeto do metrô que prevê um processo de construção menos agressivo, o chamado shield, a implantação de um parque linear que ocupará o espaço hoje destinado às canaletas do expresso no eixo Norte-Sul.
Fonte: Prefeitura de Curitiba
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