Fabricante de carrocerias de ônibus sofre um novo revés na Justiça e tem situação agravada
O juiz da 4ª Vara do Trabalho de Joinville, Nivaldo Stankiewicz, tornou indisponíveis os bens do grupo Busscar e dos acionistas das empresas. A sentença complementa a decisão divulgada ontem, que determina que a fabricante de carrocerias pague, no prazo de 15 dias, dois dos três salários atrasados e do 13º de 2009 para 3 mil funcionários.
A indisponibilidade dos bens vale até o pagamento total desta dívida, estimada em mais de R$ 15 milhões. A gerência de recursos humanos da empresa recebeu a notificação judicial ontem pela manhã. A fabricante de carrocerias pode entrar com recurso contra a decisão judicial, mas, até o fechamento desta edição, não havia se manifestado.
Bens como equipamentos e máquinas e créditos bancários e títulos da empresa não podem ser vendidos ou negociados. A medida abrange os imóveis de todas as empresas do grupo – Busscar Ônibus, Busscar Ônibus Unidade Plástico, Climabuss, Tecnofibras, Nienpal, Lambda, Busscar Comércio Exterior, Busscar Investimentos, Tecnofibras HVR – e os bens dos seus três acionistas: Rosita Nielson, Claudio Roberto Nielson e Fabio Luis Nielson.
Oficiais de Justiça já começaram a levantar os bens do grupo. As movimentações bancárias e veículos relacionados às empresas e acionistas estão inclusos na ação, que, por envolver grande número de trabalhadores, poderá ser acompanhada pelo Ministério Público do Trabalho.
– Com esta decisão, qualquer operação de venda de bens precisa de acordo entre as partes e homologação do juiz. Os recursos que resultarem da operação comercial deverão ser destinados ao pagamento da dívida trabalhista – explica a advogada do Sindicato dos Mecânicos de Joinville, Luiza de Bastiani.
Presidente se reúne com banco
As decisões judiciais divulgadas esta semana dificultaram a situação da fabricante de carrocerias, que ainda negocia a injeção de crédito com os credores. O presidente da Busscar, Claudio Nielson, reuniu-se em São Paulo com o banco Santander, principal credor da empresa.
– As negociações correm em segredo, mas temos esperança de que alguma solução seja acordada – afirmou o gerente de informática Esbaldini Testoni em nome da empresa.
Depois de mais de duas semanas em Brasília, a comissão composta por três integrantes da União dos Trabalhadores da Busscar voltou ontem a Joinville. Na segunda-feira, eles esperam voltar à capital federal para continuar a negociação de uma saída para a crise financeira da empresa, que deve R$ 333 milhões.
Fonte: Diário Catarinense
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