Cidade minimiza o impacto ambiental e economiza em obras com o reaproveitamento de materiais
06/06/2013 » Autor: Anna Beatriz Cunha / Fotos: J.P.Engelbrecht e Divulgação
Sede dos principais eventos internacionais, a Cidade Maravilhosa que atrai olhares mundiais está se tornando cada vez mais sustentável. Com grandiosas obras já concluídas e outras em andamento para receber os turistas e ficar de legado para os cariocas, o Rio de Janeiro demonstra comprometimento com as questões ambientais. Prova disso é a utilização de materiais de menor impacto ao meio ambiente na construção civil.
Os projetos da Prefeitura do Rio buscam utilizar, ao máximo, materiais que sejam sustentáveis, desde o reaproveitamento de entulho remanescente de implosões até ações que envolvem menor quantidade de poluição liberada na atmosfera, economia de combustível, diminuição de ruídos, inovação no visual de áreas degradadas e reutilização da água da chuva.
Uma das obras da prefeitura que teve uma postura consciente nas mais diversas etapas da construção foi a Nave do Conhecimento de Padre Miguel, que combinou telhado verde com sistema de ventilação natural, o que melhora a sensação térmica, impedindo que a temperatura interna do espaço aumente com o calor. No local, foi implodido um prédio abandonado, cujo material remanescente foi aproveitado para revestir todo o terreno.
Se fosse necessário remover o entulho desta implosão, seriam utilizados 580 caminhões que percorreriam uma distância de 6km para despejá-lo. No total, seriam mais de 8.000km percorridos, o que significa 1,5 toneladas de gás carbônico na atmosfera.
De acordo com o engenheiro e gerente de obras da Secretaria Municipal de Obras (SMO), Eduardo Fagundes, além de reutilizar o material reciclável em obras públicas para reduzir os impactos ambientais, a construção sustentável é financeiramente viável:
- Economizar é bom, mas o principal objetivo de reutilizarmos esse material é a preservação ao meio ambiente. Com isso, não usamos recursos naturais nossos, não estamos retirando do meio ambiente. A prefeitura tem uma preocupação cada vez maior em manter nossos recursos naturais. Sempre que pudermos vamos fazer isso em obras da cidade.
Na primeira obra olímpica entregue à cidade, o Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, a prefeitura também adotou o modelo sustentável e reutilizou o material remanescente da implosão do antigo presídio Frei Caneca para a execução do aterro.
Os investimentos municipais em mobilidade urbana prometem reduzir a quantidade de gases poluentes na atmosfera, já que com essa nova infraestrutura viária – viabilizada com a construção da Transcarioca, Transoeste, Transolímpica e Transbrasil – o índice de cobertura de transporte de alta capacidade passa dos atuais 18% para 63% até 2016.
Na implantação da Transcarioca, a Secretaria Municipal de Obras utilizou o entulho oriundo das casas desapropriadas e demolidas para a implantação da via. No Mergulhão do Campinho, também foi utilizada essa técnica sustentável e todo o material foi reaproveitado na própria obra para fazer o reforço de pavimento.
Já na Transoeste, parte do material proveniente da explosão do túnel aberto na Serra da Grota Funda foi triturado e utilizado para terraplanagem durante a execução das obras de alargamento previstas no escopo da construção do corredor, sendo um importante exemplo de sustentabilidade, por ter reutilizado materiais e reduzido o transporte para entulho.
- O material das casas desapropriadas no Campinho foi utilizado para fazer o aterro do Mergulhão do Campinho. Separamos o material, trituramos e utilizamos. Na Transoeste, quase metade do túnel foi feito de material reutilizado. O material do túnel é ótimo para aterro porque tem muita rocha – explica o gerente de obras da SMO.
Com o uso de resíduos na cobertura primária dos aterros, é gerada uma economia média mensal de R$500 mil, além, da economia de recursos naturais, já que deixam de ser desmontados maciços para a obtenção de agregados, como a brita e rachão.
No projeto das Clínicas da Família a prefeitura também utiliza os recursos naturais. Além de captação e reutilização da água da chuva, faz uso da iluminação natural, já que evita a utilização de energia elétrica em praticamente todas as dependências durante o dia. Além disso, as unidades de saúde contam com um jardim central, reduzindo o calor, e um sistema de ventilação cruzado que diminui a necessidade de aparelhos de ar-condicionado. Na construção das clínicas, a quantidade de escombros e entulhos é reduzida em quase 70% porque as estruturas são pré-moldadas e já chegam prontas para serem montadas.
Fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro
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