Metade dos deslocamentos depende do vale
Há 25 anos surgia no Brasil uma medida trabalhista que prometia desonerar os custos do funcionário com locomoção e contribuir com o desenvolvimento social do País: o vale-transporte.
Para Eurico Galhardi, vice-presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) e membro do conselho que ajudou a implantar o benefício em todo o território nacional, o VT veio solucionar um grave problema social.
“Antes de conquistarmos este direito, o trabalhador – principalmente os de baixa renda – comprometiam uma fatia considerável de seus salários para custear as despesas com o transporte. Agora, o valor fixo de 6% sobre seus rendimentos dá mais possibilidades para o colaborador utilizar sua renda”, destaca.
De acordo com ele, “os resultados foram imediatos e significativos, como a redução dos níveis de absenteísmo no trabalho e a diminuição das pressões sociais a cada reajuste tarifário feito pelas empresas de ônibus”.
Dados da entidade revelam que dos 55 milhões de deslocamentos diários feitos pelo transporte urbano, aproximadamente 47% são realizados com o vale-transporte. “Não é exagero dizer que este benefício é o melhor ganho social que houve depois da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho)”, aponta.
Evolução: do bilhete de papel ao eletrônico
Em meio cinquentenário não foi só o direito trabalhista que ganhou espaço. Neste período, muita coisa mudou na forma de pagamento dos meios de transporte. Sendo assim, em 25 anos, benefício evoluiu do papel para a era eletrônica, com sistemas informatizados.
“A evolução da tecnologia possibilitou muitas melhoras para o transporte. Com a bilhetagem eletrônica, retiramos o dinheiro dos ônibus – diminuindo o índice de assaltos –e aceleramos o tempo de embarque dos passageiros. Além disso, foi possível garantir que o valor destinado ao vale-transporte não fosse utilizado para outros fins”, destaca Galhardi;
O vice-presidente da NTU pontua que “se o benefício for pago em dinheiro, este valor pode ser destinado a outras coisas. Além disso, com a bilhetagem eletrônica, algumas cidades passaram a oferecer a integração de ônibus em um período de tempo. Isso beneficia o trabalhador e o empregador, que não terão mais tantos investimentos com transporte”.
Quando questionado sobre o que esperar para o futuro, Galhardi afirma que o “vale-transporte chegou ao ápice, não há mais o que modificar”. Já em relação aos sistemas de pagamento, ele acredita que em alguns anos todas as cidades brasileiras possam se beneficiar da bilhetagem eletrônica.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário