Cubatão
Pelo menos 5 mil pessoas acompanharam a exposição que recebeu a visita de uma maquinista de locomotiva à vapor
O vão cultural no Centro Multimídia no Novo Anilinas recebeu neste fim de semana (29 e 30/9), o 4º Encontro de Ferreomodelismo de Cubatão. Dezenas de expositores de várias partes do estado de São Paulo dividiram com o público, um pouco de sua paixão pelos trilhos, locomotivas e maquetes gigantes, representando cidades inteiras.
De acordo com o secretário de Cultura, Welington Borges, pelo menos 5 mil pessoas acompanharam os dois dias de exposição. "Este evento cresce a cada ano com mais expositores agregando suas coleções à mostra. Além disso, o Encontro atrai pessoas de várias cidades da Baixada e até mesmo do interior paulista. O segredo de todo esse sucesso é a alegria de quem realiza a Exposição e que gosta de dividir seus conhecimentos", afirmou.
Desta vez,o 4º Encontro reuniu expositores da Baixada Santista, Santo André (Paranapiacaba), Salto de Pirapora, Campinas, Araraquara e Leme com suas centenas de miniaturas, réplicas de locomotivas fabricadas na Rússia, Estados Unidos, Inglaterra, muitas das quais já circularam pelos trilhos brasileiros. Isso, sem contar as maquetes que transportam para escala diminuída, cidades inteiras. Muitos trilhos somam até sete metros, entre curvas, pontes e túneis. O Clube Beneficente Amigos do Plastimodelismo - CBAP, de São Vicente, também participou da mostra com dioramas, miniaturas de tanques de guerra e aviões.
A Mostra também teve música neste domingo, com a apresentação do Coral Zanzalá. O espetáculo Zanzalá para crianças trouxe lindas melodias do universo infantil, encantando não apenas os meninos e meninas, mas, também, os adultos, com as peças de A Arca de Noé, de Vinícius de Moraes, músicas do folclore e pop como Fico assim sem você(Claudinho e Buchecha), Pim Pam Pum (Oscar Torales), Pro dia nascer feliz (Cazuza),Que maravilha (Jorge Ben Jor), Atirei o pau no gato e Samba lê lê. Sob o comando da maestrina Maria Fernanda Tavares e da regente-assistente, Nailse, Cruz, o objetivo do projeto é formar público infantil levando belas canções da MPB com uma qualidade técnica indiscutível.
Maquinista, uma das únicas do Brasil, visita a exposição - Ela tem 23 anos, sotaque sulista e é uma das únicas maquinistas do Brasil que atuam em locomotivas à vapor. Daiane Kowaleski Miranda esteve em Cubatão para conhecer o Encontro de Ferreomodelismo e ficou feliz e impressionada com a Mostra. "Muito importante resgatar a memória das ferrovias e das locomotivas por meio de exposições assim. O mundo ferroviário é apaixonante. Não tem como ver uma locomotiva a vapor e não se impactar. Fiquei feliz em poder trocar experiências e interagir com outras pessoas que também são apaixonadas por trilhos", disse.
Mesmo muito jovem, Daiane conta que começou a se interessar pelo mundo ferroviário em 2006, quando teve a oportunidade de ver de perto uma locomotiva. Gaúcha da cidade de Juí, foi desenvolvendo esse interesse por meio de pesquisas até chegar a uma empresa de Campinas que trabalha com trem de passageiros. Em 2010, teve a oportunidade de integrar o corpo de funcionários e, desde então, passou a conhecer mais de perto as locomotivas à vapor e todos os seus detalhes.
"Faço de tudo na empresa. Trabalho na oficina, cuidando e restaurando as locomotivas, carrego lenha e conduzo a máquina. Adoro ser maquinista. Geralmente faço a linha de Campinas até Tanquinho, que é um percurso menor, e outro que vai até Jaguariúna. É um trabalho muito interessante e apaixonante porque conhecemos a locomotiva inteira, por dentro e por fora", comenta Daiane que já registrou a paixão pelos trilhos no corpo: tem 9 tatuagens, todas fazendo alusão ao mundo ferroviário. Uma locomotiva à vapor no pescoço é a que mais chama a atenção.
presença da jovem no Encontro de Ferreomodelismo despertou a curiosidade de muita gente que fez perguntas para a maquinista e registrou o momento com fotografias. Fazendo o caminho inverso de quem coleciona os trenzinhos e trilhos, a jovem maquinista iniciou agora a sua própria coleção de locomotivas, e conta que ainda não conseguiu montar a primeira maquete. "Ainda sou da escala real mas quero chegar à escala miniatura, sim", afirma.
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