Ícone brasileiro reconhecido em todo o mundo, o
bondinho do Pão de Açúcar, na zona sul do Rio, completa 100 anos no
sábado. Com 40 milhões de visitantes e título de patrimônio da
humanidade pela Unesco, o monumento inicia as comemorações de olho no
período mais difícil de seu centenário - o calendário de grandes eventos
da cidade e o incremento no fluxo de turistas dos próximos quatro anos.
A expectativa é de aumento anual de 10% no
número de visitantes, o que representará, em 2016, mais de 2 milhões de
pessoas. Após a Olimpíada, a Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, que
administra a concessão do sistema, projeta crescimento ainda maior e
status semelhante ao dos mais visitados monumentos do mundo.
A comparação pelos números já equipara o bondinho ao
conjunto arquitetônico de Alhambra, no sul da Espanha. Mas as
semelhanças param por aí. Na Alhambra, é possível comprar bilhetes com
antecedência, pela internet, com dia e hora previamente agendados. No
bondinho, a bilhetagem e o acesso ao passeio são os principais gargalos
enfrentados pelos turistas.
Um sistema semelhante ao espanhol deve ser inaugurado em
dezembro, mas hoje apenas oito bilheterias atendem o fluxo de 4,5 mil
visitantes por dia na alta estação, o que causa filas e queixas entre
turistas e moradores do entorno. O fluxo, que se concentra no fim da
manhã e da tarde, é de 80 viagens diárias, cada uma com 65 passageiros.
Em 2016, o número de viagens do teleférico saltará para mais de 200, com
7,5 mil visitantes. O máximo que o sistema comporta são 13 mil pessoas.
"Ainda temos a capacidade teórica de crescimento em 30%
do público. Digo teórica pois as pessoas não chegam distribuídas ao
longo do dia. Vamos incentivar, com descontos, a vinda em horários
ociosos, para a gente não estrangular o sistema", explica Maria Ercília
Leite de Castro, presidente da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar.
Prazos. Além da mudança no sistema operacional, o grupo
planeja investir R$ 4 milhões em uma grande reforma das instalações -
com teto solar nas estações, mudanças no auditório, pisos, lanchonetes e
sanitários. Mas a empresa admite que não conseguirá realizar as
reformas a tempo da Copa de 2014. Como o conjunto paisagístico do Pão de
Açúcar é tombado, o projeto de reforma precisa passar por avaliação do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que
ainda não liberou as intervenções.
"Já perdemos o timing para a Copa. A gente vai fazer uma
reforma de peso nas estações até a Olimpíada", afirma Maria Ercília.
Hoje, apenas quatro lanchonetes atendem o público - três no Morro da
Urca, a segunda estação, e uma no Pão de Açúcar.
Além da necessidade de modernização, o grupo também é
criticado pelos preços dos serviços, principalmente pelos turistas
brasileiros. Hoje, eles representam 70% dos visitantes e foram os
responsáveis, nos últimos dez anos, pelo crescimento de mais de 270% na
visitação ao monumento. Os ingressos para o passeio de teleférico custam
R$ 53 e uma lata de refrigerante, R$ 7. Nas lojas de souvenir, uma
sandália chega a R$ 150.
"Este é um dos maiores símbolos da cidade, algo que todo
mundo quer conhecer, mas a gente não tem condição de pagar. Tudo é muito
caro, voltado para o turista de fora", reclama a estudante carioca Ana
Carolina da Silva, de 17 anos, que foi ao bondinho pela primeira vez na
última semana em visita escolar.
INFOGRÁFIO MOSTRANDO EM DETALHES A HISTÓRIA DO BONDINHO, NO LINK:
Divulgação e Postagem de João Manoel (Equipe Litoralbus)
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