Outro desafio é promover adaptações no modelo operacional na rodovia
Alcione Herzog
A utilização da Pista Sul da Rodovia dos Imigrantes por ônibus e micro-ônibus volta a ser uma possibilidade. Pesquisadores que atuaram no estudo feito em 2003, intitulado Desempenho da Frenagem e do Controle da Velocidade de Descida em Declive Longo e Acentuado no Trecho de Serra do Mar da Rodovia dos Imigrantes, se preparam para atualizar e complementar o trabalho.
Responsável pela primeira versão da pesquisa, o professor-doutor da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), Antônio Carlos Canale, afirma que os testes feitos há nove anos serão refeitos. “Estamos atualizando as análises”.
O professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Juan Carlos Horta Gutiérrez, também está envolvido na iniciativa.
O pesquisador, que participou do trabalho de 2003, conta que o projeto para dar andamento à atualização está sendo analisado pela Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI).
“Na época, mostramos que veículos construídos após 1997 já têm dispositivos auxiliares de frenagem (freio motor, freios ABS e retardadores) compatíveis com o grau de declive da pista”, relata.
Entretanto, segundo o pesquisador, foi indicada, na ocasião, a necessidade de preparar os condutores de veículos pesados a operar nessas condições.
Outro desafio é promover adaptações no modelo operacional na rodovia e, principalmente, nos mecanismos de fiscalização do acesso e da manutenção periódica dos veículos credenciados. “Na época, apontamos alguns caminhos. Agora, pretendemos detalhar a operacionalização dessa triagem”.
Uma das sugestões apontadas no estudo de 2003 foi a criação de um pátio de triagem dotado de sistema eletrônico de inspeção, no Alto da Serra, junto à SP-041, que faz a interligação com a Via Anchieta (SP-150). Por essa alternativa, apenas os veículos e motoristas certificados seguiriam pela pista descendente. Os demais seriam direcionados para a Anchieta.
Segundo Gutiérrez, o estudo pode durar um ano. Já a introdução de medidas que permitam a descida de veículos pesados com segurança não poderia ocorrer em menos de dois anos, “sendo bem otimistas”.
Operações
As dificuldades maiores não são de ordem mecânica, mas, sim, operacional. “As montadoras têm capacidade técnica de montar ônibus com os requisitos de freio e motor necessários. Porém, há fatores importantes que dependem de outros órgãos”.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Ecovias salienta que a atualização do estudo foi solicitada, mas que, por enquanto, não há o objetivo de modificar a portaria da Agência Reguladora de Transportes do Estado (Artesp) DGR/DPL - 11, de 6 de dezembro de 2002, que proíbe veículos pesados na Pista Sul da Imigrantes.
Primeiro estudo
Em 2003, foram feitos testes em 76 descidas monitoradas com veículos da frota nacional. Foram avaliados 34 veículos diferentes, com variações de peso de quatro a 74 toneladas. Nos testes, os veículos foram monitorados por equipamentos que mediram a temperatura do sistema de freio, a velocidade e a desaceleração.
Nos veículos pesados, foram monitoradas a temperatura da água do radiador e principais componentes dos retardadores da ação do motor. Na época, a frota era menos moderna. “Passados quase dez anos, a tecnologia avançou bastante, e o sistema de frenagem dos veículos é mais eficiente”, afirma Gutiérrez.
A preocupação com procedimentos de segurança na descida é decorrente de seu acentuado grau de declividade. Enquanto as rodovias convencionais têm 2,5% de declive médio, a nova Imigrantes tem 6,5%.
Por isso, em 2003, a recomendação dos pesquisadores da USP era limitar velocidades máximas de 40 km/h para caminhões e 60 km/h para ônibus, ressalta o professor. Segundo o trabalho, descidas mais rápidas gerariam superaquecimento dos sistemas do veículo, especialmente os freios, que têm capacidade limitada de dissipar calor, aumentando o risco de falhas e acidentes.
“Na época, mostramos que veículos construídos após 1997 já têm dispositivos auxiliares de frenagem (freio motor, freios ABS e retardadores) compatíveis com o grau de declive da pista”, relata.
Entretanto, segundo o pesquisador, foi indicada, na ocasião, a necessidade de preparar os condutores de veículos pesados a operar nessas condições.
Outro desafio é promover adaptações no modelo operacional na rodovia e, principalmente, nos mecanismos de fiscalização do acesso e da manutenção periódica dos veículos credenciados. “Na época, apontamos alguns caminhos. Agora, pretendemos detalhar a operacionalização dessa triagem”.
Uma das sugestões apontadas no estudo de 2003 foi a criação de um pátio de triagem dotado de sistema eletrônico de inspeção, no Alto da Serra, junto à SP-041, que faz a interligação com a Via Anchieta (SP-150). Por essa alternativa, apenas os veículos e motoristas certificados seguiriam pela pista descendente. Os demais seriam direcionados para a Anchieta.
Segundo Gutiérrez, o estudo pode durar um ano. Já a introdução de medidas que permitam a descida de veículos pesados com segurança não poderia ocorrer em menos de dois anos, “sendo bem otimistas”.
Operações
As dificuldades maiores não são de ordem mecânica, mas, sim, operacional. “As montadoras têm capacidade técnica de montar ônibus com os requisitos de freio e motor necessários. Porém, há fatores importantes que dependem de outros órgãos”.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Ecovias salienta que a atualização do estudo foi solicitada, mas que, por enquanto, não há o objetivo de modificar a portaria da Agência Reguladora de Transportes do Estado (Artesp) DGR/DPL - 11, de 6 de dezembro de 2002, que proíbe veículos pesados na Pista Sul da Imigrantes.
Primeiro estudo
Em 2003, foram feitos testes em 76 descidas monitoradas com veículos da frota nacional. Foram avaliados 34 veículos diferentes, com variações de peso de quatro a 74 toneladas. Nos testes, os veículos foram monitorados por equipamentos que mediram a temperatura do sistema de freio, a velocidade e a desaceleração.
Nos veículos pesados, foram monitoradas a temperatura da água do radiador e principais componentes dos retardadores da ação do motor. Na época, a frota era menos moderna. “Passados quase dez anos, a tecnologia avançou bastante, e o sistema de frenagem dos veículos é mais eficiente”, afirma Gutiérrez.
A preocupação com procedimentos de segurança na descida é decorrente de seu acentuado grau de declividade. Enquanto as rodovias convencionais têm 2,5% de declive médio, a nova Imigrantes tem 6,5%.
Por isso, em 2003, a recomendação dos pesquisadores da USP era limitar velocidades máximas de 40 km/h para caminhões e 60 km/h para ônibus, ressalta o professor. Segundo o trabalho, descidas mais rápidas gerariam superaquecimento dos sistemas do veículo, especialmente os freios, que têm capacidade limitada de dissipar calor, aumentando o risco de falhas e acidentes.
Fonte: Jornal A Tribuna
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