Leonardo Costas
Uma foto antiga encontrada há cerca de 60 dias na Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams) está contribuindo para a reprodução fiel das cores do último bonde que rodou na Cidade quando o sistema foi extinto, em 28 de fevereiro de 1971.
Com isso, o verde do bonde 40, conhecido como Camarão e que roda na Linha Turística do Centro desde 2002, será substituído pelo vermelho e prata.
A restauração é realizada por uma equipe da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos e faz parte do projeto Cores do Transporte Coletivo.
Além das cores, será incorporada a logomarca do Serviço Municipal de Transportes Coletivos (SMTC), que operava o sistema na década de 1970. A expectativa é de que os trabalhos sejam concluídos em 15 dias e o veículo volte à linha turística logo em seguida.
Segundo o gerente de manutenção da CET, Marcos Rogério Nascimento, o resgate de uma imagem do final da década de 1960 permitiu que o veículo recebesse as cores originais.
“Esse layout tem uma importância histórica, pois representa o fim dos bondes, que pararam de funcionar com esses tons. É uma homenagem ao fim de um ciclo”, diz admitindo que, para este veículo, o verde foi uma cor inventada, pois até então não havia qualquer referência que recriasse com detalhes as cores originais.
Ele salienta que a nova roupagem do equipamento também visa resgatar a memória coletiva da Cidade. “Como os bondes pararam em 1971, as pessoas terão uma lembrança relativamente recente dos veículos e começarão a se identificar com aquele período”.
Restauração
Com carroceria fechada fabricada pela própria SMTC na década de 1950 e estrutura metálica escocesa, o bonde 40 vai receber, além de pintura especial, novas rodas, vedação, calefação e manutenção mecânica. Suas portas, janelas e chaparia também estão em processo de recuperação.
O bonde camarão já está recebendo as cores originais, que são o vermelho e o prata
A restauração original do bonde 40 não é a única. Utilizando imagens do passado, a CET conseguiu resgatar outros equipamentos. “Para restaurar o bonde aberto, fabricado em 1911, e que hoje é o mais antigo em circulação no País, nos baseamos em uma foto na década de 1950 e fizemos o mesmo acabamento”, explica Nascimento.
O processo foi semelhante com o bonde que funciona como ponto de informações turísticas na Praça das Bandeiras, no Gonzaga. “Foi restaurado baseado na imagem da primeira versão de carroceria fechada. Descobrimos que suas cores originais eram dois tons de verde e o pintamos assim”, conta o gerente.
Ônibus
Do conjunto de veículos pertencente ao antigo sistema de transportes de Santos, todos os bondes estão pintados. Em breve, será a vez dos ônibus.
“Temos um de 1978. Ele ficará igual aos ônibus do início da década de 80, pois o associamos ao seu período de operação. Temos outro que rodou no final dos anos 1980, na época da Companhia Santista de Transportes Coletivos (CSTC), e que também será pintado”.
Ele diz ainda que assim que os ônibus forem restaurados, será possível fechar um ciclo, acompanhando a evolução do transporte coletivo da Cidade em várias décadas.
“Temos veículos da Companhia City (operou os bondes de Santos a partir de 1881), SMTC e CSTC. Por isso, o nome do projeto é Cores do Transporte Coletivo de Santos. Acompanhamos a evolução tecnológica dos veículos, começando pelo bondinho puxado a tração animal, passando pelos bondes abertos, fechados e terminando com os ônibus”, finaliza.
Foto: Bruno Miani
Divulgação e Postagem de João Manoel (Equipe Litoralbus)
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