Rodoviária
Quanto custa uma saudade, e o que faz as pessoas, em ocasiões especiais, como o período de festas de fim de ano ou férias, embarcar em ônibus rodoviários que fazem viagens interestaduais ligando pontos extremos do país, percorrendo milhares de quilômetros, às vezes, dias seguidos?
Viagens como essas são mais que rotineiras para pessoa que embarcam ou estão de passagem pela Rodoferroviária de Curitiba, administrada pela Urbs – Urbanização de Curitiba S/A. Todos os dias, viajantes ou turistas procedem ou seguem a pontos extremos do país em ônibus. No terminal rodoviário de Curitiba operam 35 empresas.
É comum encontrar pessoas em tráfego, vindo, por exemplo, de São Paulo, e seguindo à cidade gaúcha de Santana do Livramento, que fica na fronteira com o Uruguai. Ou quem vá do Rio de Janeiro a Santiago, Capital do Chile, ou mesmo de Porto Alegre a Porto Velho, capital de Rondônia.
Também são comuns os deslocamentos de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, ao Rio de Janeiro, ou então de Piracicaba, cidade do interior paulista, a Frederico Westphalen, no interior gaúcho – uma distância de aproximadamente 1.200 quilômetros, com duração média de 19 horas de viagem.
Todos os domingos, às 9h, malas, sacolas, caixas e mochilas ocupam parte da plataforma de desembarque da Rodoferroviária de Curitiba, com a chegada do ônibus da Viação Itapemirim procedente de Foz do Iguaçu, mas cujo destino final é a capital pernambucana, Recife.
Esse mesmo percurso é feito sempre aos sábados, pela Viação São Geraldo, com passagem no terminal curitibano às 9h05. Ao todo, nos dois casos, são 64 horas de viagem – o equivalente a dois dias e meio – e 3.980 quilômetros rodados.
De Foz do Iguaçu a Curitiba, a distância de cerca de 650 quilômetros é vencida em aproximadamente dez horas, com paradas no trajeto. Mas até Recife, o passageiro terá que percorrer ainda 3.230 quilômetros em até 54 horas. “Neste fim de ano, uma viagem como essa exige muita paciência do passageiro”, confessa Pedro de Freitas, contabilista que mora e trabalha em Foz do Iguaçu, e aproveita o Natal para visitar a família, em Pernambuco.
A opinião de Freitas é compartilhada pela dona de casa Maria da Penha Assumpção, mato-grossense de Lucas do Rio Verde. “Viajar por essas lonjuras cansa, porque é tudo muito longe, mas tendo tempo e paciência, chega-se onde for preciso até com muita disposição”, conta. Lucas do Rio Verde, distante dois mil quilômetros de Curitiba e a 350 quilômetros de Cuiabá, tem cerca de 48 mil habitantes.
Foi colonizada por paranaenses, catarinenses e nordestinos ainda na década de 1970, e vive da agricultura. A viagem enfrentada por Maria da Penha, que embarcou na Rodoferroviária em ônibus da União Cascavel, é feita em cerca de 48 horas.
Aventura e paciência – Percorrer o Brasil em ônibus é uma aventura, muitas vezes, e exige paciência. De Curitiba à cidade paraguaia de San Lorenzo, que fica a apenas dez quilômetros de Assunção, a bordo dos ônibus da Pluma, são 28 horas de viagem para vencer os 1.850 quilômetros do trajeto.
Já os 1.450 quilômetros que separam Curitiba de Goiânia, exigem 22 horas de viagem nos ônibus do Nacional Expresso, que diariamente deixam a Rodoferroviária às 9h e 20h. O mesmo tempo de viagem é quem vai de Curitiba a Brasília nos ônibus convencionais da Princesa do Norte. São 1.480 quilômetros, com partidas, respectivamente, de domingo a sexta-feira, das 9h45 às 21h45, bem como às 22h45, todos os dias.
Mas quem prefere desfrutar o fim de ano diante da paisagem da baía de Guaraqueçaba, no litoral paranaense, dispõe de apenas um horário diário, às 7h da manhã, quando o ônibus da Viação Graciosa percorre os 175 quilômetros do trajeto. Por causa da estrada, só parcialmente pavimentada, a viagem é feita em cinco horas e meia.
Fonte: Prefeitura de Curitiba
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