Testes do veículo com passageiros começaram nesta quinta-feira no Corredor ABD de trólebus
O primeiro ônibus intermunicipal movido a hidrogênio do Estado de São Paulo iniciou, nesta quinta-feira (16/12), testes com passageiros no Corredor Metropolitano ABD, entre São Mateus e Jabaquara. Os passageiros de Santo André, São Bernardo e Diadema que utilizam as linhas dos trólebus poderão experimentar a nova tecnologia de transporte ambiental. Ainda não existe um cronograma, mas a expectativa da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) é que o veículo circule alternadamente em todos os trechos do corredor. Os testes seguem até o final de 2011.
O gerente de desenvolvimento e planejamento da EMTU, Ivan Regina, informou que o ônibus funcionará de segunda a sexta-feira, ficando fora dos horários de pico. “É importante frisar que somos o quinto País do mundo a deter essa tecnologia e que no momento trata-se apenas de um protótipo. Se fosse fácil, outros países já teriam dominado”, destacou. No primeiro dia de operação (16/12) não foi cobrada passagem. Nos demais dias, a tarifa será de R$ 2,65.
Para Regina, a principal vantagem do ônibus movido a hidrogênio é a não-emissão de material particulado ou de gases de efeito estufa. “O veículo é zero em poluição. A única coisa que sai do cano de escapamento é água”. O computador de bordo garante o funcionamento do ônibus mesmo quando há falhas no subsistema, além de verificar as condições de segurança e acionar dispositivos para estabilização do veículo. Se a tecnologia der certo, o objetivo é que se possa substituir o atual transporte coletivo.
Durante os testes, os pesquisadores irão analisar o consumo de hidrogênio em condições normais de operação, temperatura, entre outros elementos. “Esse veículo já rodou mais de 6 mil km em testes, mas agora queremos obter dados reais de operação. O ônibus estará totalmente instrumentado, de maneira que possamos colher mais informações”, disse. A motorista da Metra, Andrea Maria Fazolin, está lisonjeada por ser a primeira mulher a dirigir o veículo. “Fizemos treinamento teórico e prático. No dia-a-dia é como se estivesse dirigindo qualquer ônibus, porém este é mais silencioso”, garantiu.
Mais três veículos movidos a hidrogênio estão em fase de aquisição e estão previsto para 2012. “Esse primeiro não é ideal, ainda estamos pesquisando. Os próximos já serão mais comerciais”, explicou Regina. Outra justificativa dada pelo funcionário da EMTU para a demora da aquisição dos outros veículos a hidrogênio é o fato de no momento, a indústria brasileira ainda não fabricar as peças dos novos ônibus. “Vamos fazer uma nacionalização progressiva. A meta é, em médio prazo, tornar o Brasil líder nesse tipo de tecnologia. Queremos fazer melhor e mais barato”, garantiu.
Atualmente o motor elétrico, os cilindros que ficam em cima do ônibus e o combustível, chamada de célula de hidrogênio são importados, mas no futuro a expectativa é que essas peças passem a ser produzidas no País. “Ainda estamos buscando junto à indústria nacional os fornecedores para os próximos veículos”, informou. Ao todo foram destinados ao projeto US$ 16 milhões provenientes do PNUD (Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento), Gef (Global Environment Facility), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e Ministério das Minas e Energia.
Funcionamento - O ônibus a hidrogênio tem motor elétrico. O processo de movimentação ocorre quando o hidrogênio armazenado nos tanques é introduzido na célula a combustível. Nesse momento acontece um processo eletroquímico que produz energia elétrica por meio da junção do hidrogênio com o oxigênio do ar, liberando água como subproduto.
O ônibus é movido à tração elétrica híbrida (célula a combustível a hidrogênio mais três baterias de alto desempenho) tem autonomia de rodagem de 300 km com uso do hidrogênio. Se necessário, consegue rodar mais 30 km utilizando a energia reservada nas baterias ou utilizar os dois sistemas simultaneamente.
O protótipo também conta com um dispositivo de regeneração do sistema de frenagem (aproveitamento do calor), o mesmo empregado nos carros da Fórmula 1, no qual a energia é armazenada nas baterias e usada na necessidade de maior potência na movimentação do veículo, como por exemplo, em subidas.
O veículo tem capacidade para carregar 45 kg de hidrogênio em nove tanques e o consumo teórico de consumo de combustível é de 15kg/100 km. Mas na prática, a EMTU garante que o resultado tem sido ainda melhor.
Fonte:http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=26195
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