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terça-feira, 15 de maio de 2012

Greves deixam cerca de 400 mil pessoas sem transporte em cinco Estados do Nordeste1

15/05/201215h11


Aliny Gama
Do UOL, em Maceió




  • Rayder Bragon/UOL
    Metroviários de Belo Horizonte entraram no 2º dia de greve nesta terça-feira
    Metroviários de Belo Horizonte entraram no 2º dia de greve nesta terça-feira
Uma série de paralisações afeta usuários do transporte coletivo em cinco Estados da região Nordeste nesta terça-feira (15). As greves reduziram as viagens de trens, ônibus e metrô, prejudicando cerca de 400 mil pessoas - 100 mil sem ônibus, 270 sem metrô e 21 mil sem trens. Alagoas e Paraíba enfrentam problemas com a greve dos ferroviários, que operam 30% das viagens de trem que ligam as capitais às cidades da região metropolitana. No Rio Grande do Norte, além dos ferroviários, os rodoviários de Natal também deflagraram greve desde esta segunda-feira (14).
No Maranhão, os motoristas e cobradores de ônibus de São Luís cruzaram os braços hoje. Já em Pernambuco, o metrô, que atende à população de Recife e Jaboatão dos Guararapes, está com as atividades reduzidas devido à greve dos metroviários. Segundo os sindicatos das categorias, as paralisações ocorrem por tempo indeterminado.
Natal foi a primeira capital no Nordeste onde foi registrada paralisação, depois que rodoviários cruzaram os braços nesta segunda-feira (14). Segundo o Seturn (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal), filiado à NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) nenhum ônibus circulou na capital potiguar devido aos riscos de depredação e as ameaças que funcionários de algumas empresas sofreram por não aderir ao movimento grevista.
Dos sete ônibus que estavam nas ruas de Natal, cinco foram depredados. O transporte na capital potiguar está sendo feito por ônibus particulares, táxis e outros veículos cadastrados na prefeitura de Natal.

Em Natal, 30% da frota

O Sintro/RN (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Rio Grande do Norte), filiado à FITTRN (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Nordeste), pede reajuste salarial de 14,13% para motoristas e cobradores de ônibus, além do aumento no vale alimentação de R$ 150,00 para R$ 200,00 destinado aos motoristas. Já os empresários filiados ao Seturn oferecem o reajuste inflacionário nos salários dos trabalhadores e o pagamento de R$ 157,00 no vale alimentação.
As categorias se reuniram na PRT (Procuradoria Regional do Trabalho) durante a tarde de ontem, mas não chegaram a nenhum acordo, e a greve continua. Nesta terça-feira, 30% da frota de ônibus está circulando pela capital potiguar.
Em São Luís, 50% dos ônibus pararam de circular à 0h desta terça-feira (15). Os rodoviários aderiram ao movimento de paralisação devido ao impasse na negociação salarial entre representantes do Sttrema (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão) e do SET (Sindicato das Empresas de Transporte).
Por causa do anúncio da greve dos rodoviários, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou, na última sexta-feira (11), que fosse mantida 50% da frota de ônibus em circulação para que os transtornos à população sejam minimizados. Caso haja descumprimento, tanto o Sttrema quanto o SET poderão ser multados. Os rodoviários que trabalham em São Luís reivindicam aumento salarial de 16% e redução da jornada de trabalho de oito para seis horas diárias.

Trens, metrôs e VLTs

A redução das viagens de trens, metrôs e VLTs em Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte afetou cerca 300 mil pessoas, segundo dados da CBTU. Apesar da greve, os metroviários e ferroviários estão mantendo os 30% das viagens, como determina a lei. O movimento ocorre por tempo indeterminado.
Para atender à alta demanda de usuários de ônibus devido à greve dos metroviários em Recife, 39 ônibus estão em circulação desde às 5h desta terça-feira (15). Os veículos estão reforçando quatro linhas normais e três linhas emergenciais, criadas para atender aos usuários. A CBTU informou que 270 mil pessoas foram afetadas com a paralisação.
As linhas que passam pelas estações do Metrorec e as dos terminais integrados receberam o reforço. O esquema emergencial ficará em operação até o término da greve dos metroviários.
Segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte, os terminais integrados de Camaragibe, Barro, Afogados e Jaboatão estão com uma frota de seis veículos estocada para entrar em operação de acordo com a demanda apresentada. Os usuários podem obter informações sobre o esquema emergencial pelo 0800.081 01 58 ou www.granderecife.pe.gov.br.
Além da greve dos rodoviários, o Rio Grande do Norte também enfrenta problemas com a paralisação de servidores da CBTU. As duas únicas locomotivas que operam as linhas Parnamirim-Natal e Ceará Mirim-Parnamirim-Natal estão sem funcionar devido ao movimento grevista organizado pelo SINTEFERN (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias no Estado do Rio Grande do Norte), filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores). O número de passageiros afetados é de 5 mil pessoas. A CBTU/RN não informou o número de viagens reduzidas.

De 22 viagens para seis

Em Alagoas, usuários de trens também estão enfrentando dificuldades de transporte. Nesta terça-feira, a paralisação reduziu de 22 para seis as viagens diárias feitas pelos VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), que ligam as cidades de Rio Largo e Maceió. Segundo a CBTU/AL, a greve deverá atingir 6.000 passageiros que usam as linhas que ligam Rio Largo a Maceió diariamente. Três viagens à capital alagoana ocorreram pela manhã. Três viagens de retorno a Rio Largo deverão ocorrer no período da tarde.
Na Paraíba, os trabalhadores da CBTU também aderiram à paralisação nacional. Segundo a CBTU, cerca de 10 mil usuários estão sendo afetados. Os trens da CBTU em João Pessoa fazem o transporte da capital paraibana às cidades da região metropolitana. Segundo a CBTU/PB, para garantir o mínimo de 30% do serviço, os trens farão nesta terça-feira 14 das 28 viagens que ligam João Pessoa as cidades da região metropolitana.

Reivindicações

Os servidores da CBTU cruzaram os braços para pressionar o governo para dar reajuste de 5,5% nos salários, correspondente a inflação, além de 10% de aumento real. A categoria também reivindica aumento no valor do vale-alimentação – R$ 549,00 para R$ 689,00 – gratificação de desempenho por passageiro, pagamento integral do plano de saúde e 50% de adicional noturno. Se o governo Federal atendesse as reivindicações, os salários dos trabalhadores da CBTU aumentariam para R$ 1.028.
A reportagem do UOL entrou em contato com a CBTU para saber que propostas foram dadas aos servidores, mas foi informada de que os funcionários do setor de imprensa não conseguiram entrar na sede da companhia, localizada no Rio de Janeiro, devido ao piquete realizado na porta da CBTU organizado pelos grevistas. Oficialmente não há nenhuma proposta divulgada pela CBTU.Ainda segundo ele, o Deoesp não recebeu nenhum informe sobre casos de furtos de explosivos em empresas ou mineradoras.

Belo Horizonte

Os metroviários de Belo Horizonte em greve decidiram acatar a proposta feita pelo Tribunal Regional do Trabalho (3ª Região) e vão cumprir a determinação de manter 100% dos trens do metrô em funcionamento nos horários de pico. Com isso, o meio de transporte voltou a circular nesta terça-feira (15), mas somente nos horários estipulados pelo TRT.
De acordo com o desembargador João Bosco Pinto Lara, a categoria deverá colocar os trens em funcionamento de segunda a sexta-feira, das 5h20 às 8h30, e das 17h às 19h30. Aos sábados, a circulação integral deverá ser 5h30 às 9h. Anteriormente, liminar expedida na parte da manhã de hoje determinava que o metrô teria que circular normalmente até as 9h, na manhã, e até as 20h, no final do dia.
A proposta foi feita após audiência de conciliação realizada na tarde de hoje na sede do tribunal em Belo Horizonte. Os metroviários pedem 6% de reajuste nos vencimentos e nos benefícios. Outra audiência entre os envolvidos foi marcada para a próxima segunda-feira (21) na qual serão discutidos os pleitos dos metroviários. De acordo com o sindicato dos empregados, a CBTU não fez oferta de nenhum índice de reajuste.

Fonte: Noticias UOL

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