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sábado, 26 de maio de 2012

Caso Busscar: Justiça analisa proposta de investidores para evitar falência da encarraçodora


– 25 de maio de 2012
Assembléia que poderia resultar na falência foi suspensa. Em até 60 dias, novo encontro deve ser marcado. Grupo chinês está entre os investidores
Trabalhadores da Busscar, vinculados e desligados, mas que têm a receber da empresa, lotaram centro de convenções em assembleia que poderia decidir rumos da encarroçadora. Sindicatos dos Mecânicos diz que falência não é a melhor das alternativas, mas o Plano de Recuperação apresentado pela empresa não garantiria um pagamento justo aos trabalhadores e até mesmo demais credores.
Diante da posição de três grupos: um chinês, um do setor de ônibus e outro de credores, a Justiça de Joinville, em Santa Catarina, vai analisar propostas para aquisição da encarroçadora Busscar, que em crise desde 2008, acumula dívidas na ordem de R$ 1,3 bilhão – entre impostos e débitos com credores – e vai para o 26º mês sem pagar salários de cerca de 5 mil trabalhadores, entre os vinculados ou os que já saíram da empresa mas que têm créditos a receber.
Por conta disso e da possibilidade da decretação da falência da companhia, que já foi uma das principais do segmento, o juiz Maurício Póvoas, suspendeu a Assembleia Geral dos Credores que teve início na terça-feira, dia 22 de maio de 2012.
A Assembleia iria decidir sobre a aceitação ou não do Plano de Recuperação Judicial apresentado pela Busscar.
Se as votações resultassem em rejeição ao Plano, a falência da empresa seria decretada. E os indicativos eram de que as propostas elaboradas pela encarroçadora não teriam aprovação por parte dos credores, entre bancos (privados e o BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), trabalhadores e fornecedores.
O Sindicato dos Mecânicos de Joinville, que representa os trabalhadores, já havia declarado publicamente que não era favorável ao Plano.
Outros credores, como o Banco Santander, o BNDES e ex acionistas, que têm ligação com a família Nielson, também indicavam que rejeitariam as propostas da empresa.
A Busscar teve em outubro do ano passado a oportunidade de apresentar um Plano para se recuperar.
No entanto, os descontos sobre os débitos, que variam entre 5% e 95%, dependendo do tipo do credor, as carências e as estimativas de produção não agradaram a boa parte das pessoas e empresas que têm a receber da encarroçadora,. A companhia já destacou na história com modelos de ônibus como o Diplomata, ainda na época que se chamava Nielson, nome da família fundadora e controladora da empresa.
A Busscar previa produzir 1,8 mil carrocerias este ano, recebendo R$ 335,6 milhões. Para atingir parte desta meta, contaria com um plano do BNDES de financiamento a exportações de ônibus para a Guatemala, que ainda não saiu do papel e responderia por R$ 120 milhões do faturamento previsto.

Ônibus da Busscar. Empresa que já foi uma das principais do País no setor de carrocerias acumula dívidas de R$ 1,3 bilhão e 26 meses de salários sem pagamento. Plano de Recuperação tinha risco de ser rejeitado e a falência decretada. Juiz suspendeu assembléia que iria decidir o caso da companhia. Investidores nacionais e um grupo chinês se mostraram interessados na encarroçadora.
Mas até agora, em maio, a empresa fez pouco mais de 100 unidades de carrocerias de ônibus.
Com a decisão do juiz, a Busscar mais uma vez se livra da falência.
Em entrevista ao Blog Ponto de Ônibus, na tarde desta quinta-feira, dia 24 de maio, o presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville, Evangelista dos Santos, disse que, apesar da ansiedade dos trabalhadores em logo definir a questão, a entrada de novos investidores pode ser uma alternativa interessante para a categoria e outros credores.
“Nunca desejamos a falência da Busscar. Se fosse assim, poderíamos em assembléia no mês de junho de 2010 ter votado por isso. Queremos dois pontos: que os trabalhadores sejam pagos, mas que também sejam mantidos os empregos. Tudo de forma concomitante. Não adianta continuar no emprego sem receber as dívidas que são de direito e nem receber as dívidas e não ter oportunidade no mercado de trabalho. Vamos analisar as propostas agora dos investidores quando for convocada a assembléia. Um plano de recuperação é, de acordo com a lei, para recuperar a empresa e garantir o pagamento dos credores e o Plano da Busscar não possibilitaria isso em nossa visão” – disse o presidente da entidade em entrevista ao jornalista Adamo Bazani.
Os credores têm 30 dias para apresentarem novas propostas e o juiz em até dois meses deve convocar outra assembléia.
Não está descartada a possibilidade de união de credores para investirem na Busscar, que agora pode ter o capital aberto por determinação judicial.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Fonte: Blog Ônibus Brasil

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