Cidade repensa plano de mobilidade urbana
São Paulo deverá investir R$ 478 milhões em melhorias em trafegabilidade até 2014, foi o que revelou Jurandir Fernandes, secretário estadual de Transportes Metropolitanos, que complementou dizendo que o Estado possui um déficit neste setor. “A mobilidade urbana não acompanhou o desenvolvimento nacional. Estamos tratando do tema de uma forma irracional”, afirmou.
Alguns números de um estudo divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no mês passado, indicam que a parcela da população que usa o transporte individual para se locomover é semelhante à que utiliza coletivos. Em cidades com mais de 60 mil habitantes, em média, 38% se deslocam a pé, 30% por meio de transporte público e 27% por automóveis.
Além do fato de muitas pessoas usarem carros para se locomover nos centros urbanos e, consequentemente, causarem congestionamentos, o secretário afirmou que os projetos de distribuição de habitação não foram corretamente planejados, assim muitas pessoas ficaram concentradas em um mesmo perímetro. Na macrometrópole paulista, área composta por 15 municípios, existe 30 milhões de pessoas, aproximadamente 15% da população nacional ocupando um espaço correspondente a 0,7% do território brasileiro.
Dentre os projetos destacados por Fernandes para melhorar o transporte em São Paulo está a construção de um monotrilho no bairro do Morumbi, na Zona Sul da capital paulista. Embora o sistema vise o melhor trânsito na região para o mundial de futebol, o secretário afirmou que as necessidades paulistas transcendem ao evento. “São Paulo não deve pensar pontualmente na Copa do Mundo de 2014, mas em projetos de mobilidade urbana que sirvam para o futuro dos moradores”, afirmou.
Marcos Bicalho, superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transporte Público), afirmou que o Brasil não deverá ter grandes dificuldades para receber a Copa em termos de transportes, porém ressaltou que as cidades devem investir na melhoria da locomoção urbana e lembrou que a capital paulista perde R$ 3 bilhões por ano devido ao trânsito. “Precisamos investir no transporte público de qualidade. A cidade de São Paulo carece desta mudança”, analisou.
Somado aos investimentos realizados em infraestrutura de transporte por causa dos eventos esportivos, o Brasil deve aprovar, em pouco tempo, a Lei de Mobilidade Urbana que tem como objetivo traçar as diretrizes desta questão. O projeto delimita quais as incumbências de cada instância governamental (Federal, Municipal e Estadual) no transporte dentro das cidades, além disso, prevê mudanças no sistema tarifário e maior participação da população na definição das medidas para mobilidade.
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