domingo, 8 de maio de 2011

Santos-Como melhorar o trânsito? Uma saída seria o VLT

Domingo, 8 de maio de 2011 - 12h09

Pesquisa IPAT


Rafael Motta


Créditos: Walter Mello
Melhora no transporte coletivo amenizaria tráfego pesado

Três quartos dos entrevistados pelo Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT) no último dia 18, em levantamento relativo a problemas urbanos em Santos, classificam a introdução do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) como a medida mais adequada para que as condições do trânsito na Cidade melhorem.

Das 800 pessoas ouvidas, 73,7% concordam totalmente em que a melhoria do transporte coletivo, com a adoção do VLT, é uma iniciativa necessária para se reduzir a lentidão no tráfego; 18,5% concordam em parte; 5,4% discordam totalmente; 2,4% não sabem se seria ou não a ideal. Pesquisadores do IPAT lançaram outros quesitos para avaliação dos entrevistados.

Depois do VLT, a hipótese com maior aceitação foi a de se concederem incentivos à iniciativa privada para a construção de edifícios para estacionamento de veículos ­ 57,4% concordam totalmente com a ideia. A construção de estacionamentos públicos subterrâneos pela Prefeitura recebeu apoio total de 56,8%, e a proibição do estacionamento em grandes avenidas (Ana Costa, Conselheiro Nébias e as que são cortadas pelos canais) obteve concordância plena de 47,6%.

Um parêntese: em 2001, quando era vice-prefeito e secretário de Planejamento, o atual prefeito João Paulo Papa (PMDB) divulgouum plano para abertura de vagas subterrâneas para estacionamento na Avenida Ana Costa. Veículos estacionariam sob um bulevar a ser construído entre a Avenida Vicente de Carvalho (na orla) e a Praça Independência. O projeto não foi adiante por causa das dúvidas lançadas quanto à qualidade e à estabilidade do solo na área.

Divergências

A eventual existência de mais estacionamentos em Santos tem apoio de três em cada quatro consultados pelo IPAT. Para 74,9%, a abertura de novas vagas melhoraria o trânsito. Outros 10,9% julgam a ideia inviável, pois "os terrenos são muito caros e ninguém construiria estacionamentos"; 9% anteveem efeito inverso, "porque incentivaria ainda mais a circulação de carros"; 5,1% não sabem que efeitos causaria.

Ao se cogitar a proibição do estacionamento de veículos em grandes avenidas, ocorrem divergências. Enquanto 43,2% entendem ser uma medida útil para melhorar o trânsito, 23,6% pensam que haveria dificuldades para introduzir a proposta, "porque as pessoas vão protestar e se colocar contra". Outros 15,5% dizem que a ideia é inútil. Para 14,7%, impossível, pois "não há lugares ou estacionamentos para que as pessoas parem seus carros".

Rejeição


Não agradaram à maioria dos entrevistados pelo IPAT duas ideias: a introdução de um rodízio de veículos como o existente em São Paulo (48,4% discordam totalmente) e a cobrança de pedágio para acesso ao Centro, a fim de se reduzir o fluxo de carros (80% de rejeição). Para 35,7%, o rodízio " ajudaria a melhorar o trânsito".

Entretanto, 26,6% acham a proposta desnecessária, e 33,1% imaginam que "só iria atrapalhar a vida das pessoas". O VLT tem sido alvo de seguidos anúncios e reviravoltas desde 1999. A declaração mais recente sobre o projeto foi feita pelo secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, na última terça-feira, em Santos.

Em visita ao Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região (Ficon), ele disse estar "praticamente certa" a ampliação de seu trajeto. Na concepção original, iria de Santos a São Vicente; agora, planeja-se estendê-lo até as proximidades do Terminal Rodoviário Tatico, em Praia Grande.

Opiniões

No subsolo

A hipótese de construção de estacionamentos subterrâneos em Santos, pela Prefeitura, teve maior apoio entre os que ganham entre R$ 1.001,00 e R$ 2 mil (60%), têm nível escolar superior incompleto (69,8%), idade de 45 a 59 anos (51,4%) e vivem na Zona Noroeste e nos morros (62,8%).

Particulares

A concessão de incentivos ao setor privado para que erga prédios de estacionamentos agrada mais aos que ganham de R$ 500,00 a R$ 1 mil (65%), têm escolaridade superior incompleta (67,9%), entre 18 e 24 anos (65,9%) e residentes na Zona Noroeste e nos morros (67,5%).

Sem estacionar

A proibição de estacionamentos em grandes avenidas de Santos é uma ideia que encontra mais adeptos entre os que ganham de R$ 500,00 a R$ 1 mil (55,2%), de nível escolar fundamental incompleto (53,7%), jovens de 18 a 24 anos (60,2%) e moradores de Zona Noroeste e morros (53,9%) .

Veículo leve

A instalação do VLT como forma de melhorar o transporte coletivo é algo com que concordam totalmente 79,5% dos que ganham de R$ 500,00 a R$ 1 mil, 83,6% dos que terminaram Ensino Fundamental, 83,9% dos idosos acima de 69 anos e 82,5% dos residentes na ZN e nos morros.

Rodízio

Estabelecer um rodízio de veículos do mesmo modo como há em São Paulo é uma cogitação da qual discordam totalmente 55,3% dos que ganham de R$ 4.001,00 a R$ 8 mil, 64,3% dos munícipes com Ensino Médio incompleto, 52,2% dos que têm de 35 a 44 anos e 55,9% dos entrevistados da Orla.

Pedágio urbano

Cobrar pedágio para chegar ao Centro? Trata-se de uma medida da qual têm total discordância 92,1% dos que recebem entre R$ 4.001,00 e R$ 8 mil, 85% dos cidadãos que completaram o Ensino Médio, estão com idades entre 60 e 69 anos (85,4%) e 90,9% dos habitantes da Orla.

Fonte: Jornal A Tribuna Santos

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