Quarta-feira, 20 de abril de 2011
Thiago Macedo
Anunciado pela administração petista como o “melhor sistema de transporte público da Baixada Santista” e uma das principais bandeiras dos primeiros anos do governo Marcia Rosa, o transporte coletivo de Cubatão agora é também o mais caro da região, com um dos maiores custos do Estado.
Em março, a Prefeitura anunciou que a tarifa do ônibus municipal passaria de R$ 2,00 para R$ 2,50 e divulgou que pagará mais R$ 0,75 para cada passageiro que circular nos coletivos da Cidade, que é explorado pela empresa TransLíder. Resumindo, o preço da viagem no transporte de Cubatão agora é de R$ 3,25.
Segundo estudos da Companhia Municipal de Trânsito (CMT), em média, 500 mil passageiros são transportados mensalmente pelos 64 ônibus que rodam nas linhas municipais. O que significa, em uma conta rápida, que a Prefeitura repassará à empresa concessionária cerca de R$ 375 mil ao mês ou R$ 4,5 milhões ao ano.
Os valores serão pagos à TransLíder diretamente pela Administração (na catraca, o preço continua R$ 2,50), mas isso não quer dizer que esse dinheiro não pesará no bolso do contribuinte cubatense, pois ele sairá do erário público.
A justificativa do governo é que o subsídio foi criado para garantir a rentabilidade do serviço de transporte coletivo e leva em conta as melhorias feitas pela empresa atual: “veículos novos; aumento de linhas; viagens; itinerários; novos bairros atendidos; integração da passagem; e principalmente, a manutenção dos cobradores”, diz a nota enviada pela assessoria.
Porém, ao anunciar o primeiro reajuste de 25% na tarifa, o superintendente da CMT, Marco Fernando da Cruz, argumentou que ele foi baseado em um estudo realizado por uma consultoria contratada pela companhia. “Uma empresa auditora foi contratada para analisar o pedido de reajuste apresentado pela TransLíder e esse estudo constatou que o valor da passagem, para não causar prejuízo à empresa, seria de R$ 2,68. Mas conseguimos negociar e deixar o preço em R$ 2,50”, explicou, no final de fevereiro deste ano.
Naquela ocasião, em nenhum momento foi mencionado a necessidade do Município subsidiar a passagem. Se considerado o aumento de R$ 0,50 repassado ao munícipe, mais os R$ 0,75 por passagem que serão pagos pela Prefeitura, a tarifa do transporte público deu um salto de 62%, pulando dos R$ 2,00 para R$ 3,25.
A Prefeitura, porém, alega que, após o reajuste inicial, “estava prevista a realização de um novo estudo para analisar o equilibrio financeiro do contrato” e argumentou que isso só era possível “após a definição do novo valor da tarifa”. Ainda conforme a Administração, o segundo estudo apontou que a “defasagem na tarifa continuava e era agravada pela redução significativa do número de passageiros transportados com relação ao previsto no edital (uma queda de 790.500 para 501.238 mil)”. Porém, não explicou os motivos que causaram uma diferença queda de quase 300 mil passageiros no número que consta no edital e o que foi identificado pela consultoria.
Quando ocorreu o primeiro reajuste, o valor da passagem do transporte alternativo também aumentou de R$ 1,90 para R$ 2,40. Na ocasião, os perueiros brigaram por um reajuste menor, alegando que parte da população é formada por famílias de baixa renda. Ao tomarem conhecimento do subsídio que será dado à TransLíder, eles ficaram surpresos.
Fonte: Jornal A Tribuna Santos
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