terça-feira, 12 de outubro de 2010

Monotrilho em Sampa

SP tem 6 projetos de monotrilho. 4 polêmicos

No Morumbi, M'Boi Mirim e na zona leste, abaixo-assinados tentam barrar o sistema

10 de outubro de 2010 | 0h 00



Márcio Pinho - O Estado de S.Paulo

Quatro dos seis projetos de monotrilhos previstos para a Grande São Paulo enfrentam resistência. Associações do Morumbi ao Jabaquara, do M"Boi Mirim e adjacências, na zona sul, de bairros da zona leste e até do Brás, na região central, estão contra os projetos da Prefeitura e do governo do Estado e, além de abaixo-assinados, prometem ir à Justiça. Em contrapartida, entidades da zona norte e de Paraisópolis, na zona sul, defendem o projeto por considerarem que incluem suas regiões no transporte de massa.

Hélvio Romero/AE
Hélvio Romero/AE
Zona Leste. Bairros temem invasão de moradores de rua

O monotrilho é um veículo movido a eletricidade, que tem em média seis vagões e transita sobre via elevada. O trenzinho da Disney é o mais conhecido dos brasileiros, mas o veículo é muito encontrado em parques e conexões a aeroportos na Europa e nos Estados Unidos. Na Ásia, são usados também para transporte de massa.

Suas desvantagens batem com as queixas da população em São Paulo: a necessidade de desapropriações, o impacto visual e urbanístico e a capacidade de transportar um terço do que comporta o metrô. Moradores reclamam ainda de que não puderam debater a escolha.

O Metrô, responsável por quatro dos projetos, afirma que o impacto é reduzido e as novas linhas foram projetadas para atender à demanda dos bairros.

O único monotrilho já em construção é o que vai expandir a Linha 2-Verde do Metrô da Estação Vila Prudente a Cidade Tiradentes, no extremo leste. Na região, igrejas e associações já recolheram 50 mil assinaturas, segundo o Movimento Ambiental, Cultural e Ecológico.

Para Douglas Mendes, secretário executivo, a zona leste foi mais uma vez desprestigiada. Ele diz que só o metrô poderia atender à demanda de regiões como Vila Prudente-Sapopemba, uma das mais populosas da capital paulista, com 528 mil habitantes segundo o IBGE. A população diz temer que o sistema seja um novo Fura-Fila e abrigue moradores de rua.

Outra região populosa, na zona sul de São Paulo, deve receber o mesmo tipo de projeto. Moradores já contam com 30 mil assinaturas e acenam com uma ação civil pública para impedir a construção, segundo a Frente das Entidades de M"Boi Mirim.

Morumbi. O caso de maior tensão é no Morumbi. Lá, a construção da Linha 17-Ouro prevê desapropriação de pelo menos 50 casas de alto padrão. Donos prometem ir à Justiça e já acionaram o Ministério Público. Márcia Vailoretti, da Associação de Segurança e Cidadania da Vila Sônia, Morumbi e Butantã, diz que o bairro foi cuidado por muitos anos pelas famílias para sofrer essa intervenção. "Muitos terão de sair. E sabemos que o poder público não faz manutenção desses equipamentos."

A região, porém, está dividida. A União de Moradores de Paraisópolis afirma que é primordial a chegada do transporte público. Diferentemente dos vizinhos, moradores ali torcem para que um dia o metrô chegue ao local.

Na zona norte, as associações da Vila Bancária Munhoz e do Conjunto Prestes Maia defendem a construção de seu monotrilho, da Linha 16-Prata. No Brás, o diretor da associação de lojistas, Jean Makdissi, é contra a construção na Avenida Celso Garcia. "Vai degradar ainda mais."



Fonte:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101010/not_imp623012,0.php#bb-md-noticia-tabs-1

Um comentário:

  1. A capacidade do Monotrilho previsto para a linha 15-Prata, que é considerado o maior do mundo para carruagens com largura de 3,15m, e comprimento da composição total de ~90m, é de 1000 pessoas, contra para a mesma largura, porém com comprimento de ~132m é de 2000 pessoas para o Metrô, significando com isto que a capacidade do metrô é o dobro, trafegando na mesma frequência.

    Este monotrilho da linha 15-Prata, Ipiranga, Vila Prudente, Cidade Tiradentes irá trafegar em uma região de alta demanda na zona Leste, maior do que as linhas 4-Amarela, 5-Lilás e a futura 6-Laranja, e já corre o risco de já nascer congestionado, além de ser uma tremenda incógnita, quando ocorrer uma avaria irá bloquear todo sistema, como deverá ser feita a movimentação e o socorro!?

    Deveria ser prolongada a linha 2 Verde até São Mateus, e a partir daí seguir em monotrilho, até a cidade Tiradentes, mas como as obras já estão começadas, a estação terminal deveria ser no terminal rodoviário do Sacomã, e não em Vila Prudente, que basicamente será uma estação de transbordo.
    (Nota: Recentemente para remediar a estação terminal será na estação Ipiranga da CPTM).

    Nem conseguiram acabar com o caos da estação da Luz, e já estão "planejando" outros inúmeros transbordos na nova estação Tamanduateí com as linhas 10 Turquesa, 2 Verde, e os monotrilhos Expresso ABC e Expresso São Mateus Tiradentes, com um agravante, de que as plataformas da estação Tamanduateí são mais estreitas que a Luz, e não satisfeitos, já prevendo a expansão em linha reta em monotrilho, é assim nas linhas 2 Verde e o projeto da linha 6-Laranja com transbordo obrigatório caso os usuários desejem prosseguir viagem, fazendo que os usuários tenham que fazer múltiplos transbordos provocando enorme desconforto.

    Surgiu no metrô de São Paulo, uma engenharia de vanguarda, e seus discípulos fizeram estágio na Harvard com aulas com o dr. Smith, imagine só, a moda agora é projetar linhas de metrô, utilizando rodeiros e trilhos convencionais, em bitolas e tensões diferentes, numa atitude insensata, bloqueando as possibilidades de bifurcação e interpenetração em “Y” como a existente no metrô Rio após a estação presidente Vargas, no qual os usuários tem a opção de apanhar a composição que se dirige ao Estácio, ou Cidade Nova entre outras inúmeras facilidades, isto foi possível porque o metrô do Rio uniformizou a tensão e a bitola de todas suas linhas em 1,6 m, algo que não aconteceu em São Paulo.

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