15/08/2010
GLOBOESPORTE.COM acompanha um dia inteiro de trabalho na equipe Palmeirinha Racing, do piloto Paulo Nobre e do navegador Luiz Carlos Palú
O rali cross country é uma das modalidades mais exigentes para carros, pilotos e equipes no automobilismo. Além da dificuldade de um terreno irregular, apertado e, muitas vezes, traiçoeiro, os times precisam se deslocar por longos trechos de estrada para poder dar auxílio ao seu modelo no acampamento na cidade de destino, onde são acertados os últimos detalhes antes da etapa seguinte. Mas poucos sabem como esta complicada logística funciona em uma competição desta forma.
Por isso, o GLOBOESPORTE.COM, convidado pela equipe Palmeirinha Racing, do piloto Paulo Nobre e do navegador Luiz Carlos Palú, acompanhou um dia de trabalho do time no Rally dos Sertões para mostrar estes "mistérios" que envolvem a segunda maior competição off road. A aventura começou às 7h25m da manhã, poucos minutos antes do horário de saída do ônibus na etapa entre Alto Paraíso de Goiás e Dianópolis, no Tocantins. O trajeto feito pelo veículo - pelas estradas normais - foi de pouco mais de 400 quilômetros.
Na equipe, sete pessoas trabalham na parte de logística e apoio rápido, que conta com um ônibus, um caminhão e duas picapes. Dois carros seguem para o início e o fim da etapa, para ajudar na chegada do carro do rali. Além disso, o motorista do veículo que segue para o ponto final tem a missão de marcar o local do time na área de apoio - espaço muito disputado - e reservar vagas em hoteis na cidade. No total, são 16 pessoas, entre mecânicos, membros da logística, assessora de imprensa, piloto e navegador.
Antes da partida, os membros da equipe esbanjavam bom humor. Todos eles eram alvo de piadas, sem exceções. Cozinheiro do time, Zé Luís, o "lacraia", aprontava um café da manhã reforçado e ajudava na tarefa de embalar sanduíches para os membros do caminhão de apoio. Após sair de Alto Paraíso, às 8h15m, as brincadeiras continuaram no ônibus, mas o sono foi tomando conta da maioria deles aos poucos.
Após pouco mais de seis horas de estrada e alguns lanchinhos (o cozinheiro preparou pizza para todos os passageiros), o ônibus chegava a Dianópolis, ponto final da quarta etapa. Mas o trabalho recomeçaria ali mesmo: após manobrar o ônibus e o caminhão, eles começaram a correr para ajeitar as tendas para o carro. Depois, era a hora do almoço. Após o preparo, tudo ficou pronto às 16h30m. O cardápio? Arroz, feijão e estrogonofe de carne. Os pilotos comeram massa.
Assim que o almoço foi encerrado, mais trabalho começava. Era a hora de recolher tudo, lavar a louça e guardar todo o restante. A equipe fez sua compra de comida em Goiânia, antes da primeira etapa, e terá de reabastecer a despensa do ônibus em Palmas, próxima parada do Rally dos Sertões, neste domingo. Para ter uma ideia, no início foram 15 quilos de arroz e 14 de carne vermelha para a viagem.
Macacões secos ao sol
Limpeza na parte inferior do ônibus faz parte do
trabalho (Foto: Rafael Lopes / Globoesporte.com)
Em uma competição como o Rally dos Sertões, certos "luxos" são dispensáveis. Lavar roupa, por exemplo, é um deles. Os pilotos de carros e caminhões têm duas indumentárias idênticas, que são usadas em revezamento. Quando uma está em situação crítica, com cheiro forte ou sujeira, ela é descartada imediatamente.
No caso das motos e quadriciclos, por exemplo, a lógica é inversa. Como os macacões são expostos à poeira diretamente, eles são molhados assim que chegam ao acampamento, dependendo, é claro, da qualidade dos serviços que cada cidade oferece no parque fechado, como água encanada e energia elétrica.
Os mecânicos e membros das equipes também não escapam do calor e da poeira. Na equipe Palmeirinha Racing, por exemplo, cada membro do time ganhou uma camisa do time, quatro bermudas que viram calças, uma bermuda bege para a premiação e um moletom, para noites frias como a de Alto Paraíso de Goiás.
* Rafael Lopes viaja a convite da organização do Rally dos Sertões
Fonte: Globo Esporte
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