Matérias e Imagens sem fins Lucrativos, sem interesse em denigrir a imagem das empresas e autores.
Textos e Fotos de livre circulação, desde que seja respeitado e mantido os devidos créditos. As fotos possuem o intuito de coleção e discussão sobre mobilidade urbana, transporte coletivo, ônibus do litoral paulista e também em geral.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Trânsito: cidades estão mais acessíveis?

SEX, 01 DE ABRIL DE 2011

Infraestrutura tem recebido principais queixas

Mesmo com melhora, transporte público ainda apresenta problemas para atender demanda

Em um País como o Brasil – que possui 24,6 milhões de habitantes com algum tipo de deficiência, volume equivalente a 14,5% da população, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – é impossível não falar de acessibilidade.

Tanto é que nos últimos anos discussões sobre o assunto ganharam representatividade. E com isso, melhorias neste aspecto foram feitas. Embora seja considerado um grande avanço, PNEs (Portadores de Necessidades Especiais) entrevistados pelo Portal Webtranspo afirmam que ainda há muitos problemas.

“Há alguns anos projetos que tornavam as cidades mais acessíveis ficavam apenas no papel. Hoje, ações importantes estão sendo tomadas. Porém, ainda há muito que ser feito”, destaca Odete Coutinho, assistente administrativa de Superintendência Médica de Reabilitação da ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação).

Transporte

Quando o assunto é o transporte, o País tem muito que se preocupar. Números revelam que apenas 40% da frota de ônibus urbano em circulação (105 mil veículos) está preparada para atender a estes usuários.

Marcos Bicalho, superintendente da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), prevê que até 2014 este número deverá atingir 90% da frota em operação no País.

O superintendente ressalta que para ser acessível o veículo deve atender a pelo menos uma das seguintes exigências: possuir piso baixo (total ou parcial), contar com elevador, ou oferecer “embarque em nível” - quando a calçada fica na mesma altura do veículo – sistema comum nos BRTs (Bus Rapid Transit).

Segundo dados da SPTrans, a capital paulista conta com 3,9 mil veículos adaptados de um total de 15 mil. No Rio de Janeiro – cidade onde a frota é composta por 8,8 mil ônibus – dois mil são acessíveis. Em Belo Horizonte, existem hoje 1,3 mil ônibus com elevador e 152 com piso baixo. No total, 2,8 mil veículos circulam pela cidade. Em Porto Alegre, de 1.597 veículos, 470 unidades estão preparadas para atender estes usuários.

“Como cadeirante me sinto privilegiado por possuir um veículo e não depender do transporte público, porém tenho vários colegas que usam o sistema e a reclamação é geral”, desabafa o carioca Paulo Monção, que ficou paraplégico após uma tentativa de assalto.

Mesmo quem circula com veículo próprio adaptado também sofre com a falta de conscientização da população. Evandro de Léo, que mora em São Paulo por exemplo descreve algumas situações.

“Meus problemas no trânsito não fogem da realidade de todos os motoristas, como o tráfego carregado. Meu maior problema é encontrar vagas preferenciais, pois o número de lugares para estacionar o carro é muito pequeno”.

Ele destaca ainda que além do pequeno número de vagas, o uso por outros tipos de veículos é muito frequente. “Há um cartão para identificar o usuário, porém quase ninguém tem. Isso dificulta a fiscalização e os ‘espertinhos’ sempre param nessas vagas”, argumenta.

O carioca Paulo Monção também tem enfrentado problemas similares. “Uma vez, quando voltei ao estacionamento de um shopping me deparei com um veículo parado entre o meu carro e outro automóvel, ou seja, na faixa branca que era determinada para abertura da porta para que eu pudesse encostar minha cadeira e entrar no carro”, relembra.

O que pode ser feito

Os entrevistados ouvidos pela reportagem apontam dois caminhos distintos para melhorar a acessibilidade nas cidades. Monção acredita que o poder público tem um papel crucial neste processo. “É preciso melhorar as calçadas, o transporte, a acessibilidade nos estabelecimentos. Enfim, que se façam cumprir várias leis que não saem do papel”, aponta. Já Evandro de Léo crê que a divulgação do tema possa ajudar nesta questão.

“É preciso falar a respeito, conscientizar as pessoas que se há adaptação é porque alguém realmente precisa e usa. É necessário o respeito das pessoas que não são deficientes”, conclui.


Fonte: WEBTRANSPO: ELIZABETE VASCONCELOS - FOTO: DIVULGAÇÃO

http://www.webtranspo.com.br/infra/21946-transito-cidades-estao-mais-acessiveis

Nenhum comentário:

Postar um comentário